Recentemente estive fazendo um trabalho fotográfico no pantanal para o Refúgio Ecológico Caiman, mas este post não é para falar do trabalho em sí e sim dos momentos de maior empolgação que vivenciei durante a minha passagem pelo local: os encontros memoráveis que tive com a onça-pintada!
Tamanho a imponência deste felino que fica difícil classificar a sensação que nos toma conta num encontro sem grades, onde apenas a distância nos separa ou nos coloca em uma situação segura ou de risco.
Quando se pergunta da onça-pintada no pantanal histórias, causos e contos não faltam, adorado e temido pelos pantaneiros que vivenciam a possibilidade de um encontro inesperado com o maior felino das américas no seu dia a dia de trabalho, mas pasmém, muitos pantaneiros passam toda a vida sem nunca ver uma onça!
Fiz fama como sortudo, pé-quente, logo nos primeiros dias no pantanal e na primeira saída à campo para focar com os guias locais tive a felicidade de avistar uma onça-pintada. Na verdade foram sete encontros com onças, nas mais diversas situações, sendo seis onças-pintadas e uma onça-parda, cada encontro com a sua história que descrevo resumidademente abaixo.
Após a minha chegada na fazenda logo fui apresentado aos guias que sempre trabalham em duplas, formadas por um guia de campo local (Nego, Juarez e Ferpo) e um guia caimanner (Fábio e Vitinho).
Vamos aos encontros:
A primeira onça!
Logo na primeira saída para focagem com Fábio, Vitinho e Juarez, durante a parada para o lanche, fomos supreendidos pelo guia de campo “NEGO” que nos alertava sobre uma onça avistada por ele a poucos minutos em um trecho que estava dentro da nossa rota. Saímos animados com a possibilidade de ver a dita onça e logo ouço: “Jaguar! Jaguar! Jaguar!.. Onça! Onça! Onça!”
Vitinho fazia a focagem e ao passr o siribi – lanterna usada para iluminar, e lá estava ela na beira da estrada, deitada, tranquia. Pronto, a onça avistada e a euforia dominando o grupo.
Ela se levantou da beira da estrada e se acomodou atrás de algumas folhas de palmeira seca, pouco mais de 10 mestros da beira da estrada e por lá ficou mais de 5 horas.
A segunda onça!
A segunda onça demorou para dar as caras, andavamos por toda a área da fazenda durante as noites de focagem e nada de onça. As onças pareciam ter sumido! Quando voltavamos do nosso percurso próximo a uma lagoa ao lado da escolinha – isso mesmo, uma escola onde as crianças da fazenda estudam – lá estava ela, sentada na estrada, e perceber a aproximação do veículo, correu em direção a vegetação para se camuflar.
Não tive tive a reação imediata de fotografar e sim de observar aquela onça enorme correndo, parando, olhando o que estava acontecendo e então calmamente entrando no mato.
Realmente é incrível e ao mesmo tempo assustador saber que ela estava bem ao lado da sede da fazenda, a menos de 1500 metros da pousada onde ficam alguns hóspedes, convidados e funcionários.
A terceira onça…
A terceira onça não tem foto! É… nem sempre da pra fotografar ou registrar este felino que sempre esta um passo a nossa frente.
Voltava de uma saída a campo (06/07) com o pessoal do projeto Arara Azul, quando vejo algo correndo na parelela do carro a uns 50 metros e digo: “é a onça, é onça, é a onça-parda! Para, para, para ela vai cruzar a estrada…”
Ficamos todos maravilhados com a bela onça-parda ou suçuarana cruzando a frente do carro a pouco mais de 20 ou 30 metros num final de tarde inesquecível, mas sem foto.
Pronto! Eu havia acabado de ver uma onça-parda no pantanal, avistamento raro segundo os guias locais.
A quarta onça!
Dois dias após ver e não fotografar a suçuarana durante uma saída a campo, eis quem reaparece: a onça-pintada!
Final de tarde, enquanto passávamos por um pasto nativo entre capoeiras lá estava ela, nos observando! Parou, olhou e caminhou, parou e olhou novamente e então continuou caminhando.
A quinta e sexta onça, logo um casal.
Não poderia ser melhor, ver um casal de onça-pintada cortando a estrada! Durante um dos meus últimos safaris pude contemplar essa cena, o casal estava na estrada e logo atravessou parando entre os galhos secos do vegetação, nos observando. O detalhe é que o macho é um indivíduo do projeto Onça, estava com o colar de monitoramento.
A sétima onça!
Menos de 30 minutos após ver um casal de onças nos deparamos com um grande indivíduo dentro de uma lagoa espreitando uma capivara. Paramos, focamos com a lanterna e quando a capivara viu a onça iluminada pelo nosso siribi fugiu deixando o felino sem seu provável jantar. É ciclo da vida, da natureza.
Após a fulga do seu jantar, a onça saiu da água calmamente, se secou e seguiu por uma das trilhas que costumamos fazer à pé, provavelmente em busca de uma nova caça.
A melhor noite sem dúvidas, avistar 3 onças em menos de 1 hora não é nada comum.
Assim terminou a minha viagem ao pantanal! Realizado, satisfeito e com gostinho de quero mais.
É como tentar explicar o inesplicável e esquecer o inesquecível.
Abraços e até a próxima!
Parabens, as onças precisam de ajuda! A proteção a elas eh necessaria, caso contrario a cadeia alimentar sofrera drasticamente sem ela. É incrivel que entre SP e o RJ na serra da Bocaina ainda existam exemplares (vale a dica para a sua proxima trip)! abs e parabens!!!
Rodrigo, obrigado pela dica!
Bocaina já esta entre nossos destinos. Assim que possÃvel, faremos fotografias na área.
Equipe EF.
É tiagão um encontro com a Dona Onça Pintada não é pra qualquer um não……Um encontro inesquecivel e sobretudo respeitoso ja que vc somente fotografou e não matou como muitos fariam…..Parabéns!
Mario
Ouuun, que lindas!!!
Deve ser inexplicável mesmo estar frente a frente com elas.